PÉ E TORNOZELO

Joanete

Você sabe o que é joanete?

O joanete é conhecido no meio médico como “Hallux valgus”.

Ao contrário do que muitos pensam, na imensa maioria dos casos, não é somente um aumento do volume ósseo próximo do primeiro dedo do pé, mas é deformidade deste osso, caracterizada por um desvio medial (para dentro) da cabeça do primeiro metatarso e lateral do primeiro dedo.

Alguns fatores anatômicos, relacionados ao tamanho dos dedos (fórmula metatarsal) e à tensão dos ligamentos e tendões, assim como história familiar positiva, são importantes na gênese do joanete. No entanto, o fator determinante para causar a deformidade é o uso de calçados apertados e de salto alto, e também por isto, é muito mais frequente entre as mulheres. 

Os pacientes com hallux valgo em geral apresentam dor e desconforto sobre a saliência óssea que caracteriza a doença, principalmente quando estão calçados. Muitas vezes ocorre incômodo na planta do pé sob os dedos menores, a que chamamos de metatarsalgia, devido à transferência de carga que ocorre no paciente com joanete. Não é incomum haver perda de mobilidade do “dedão” do pé, além de deformidade em garra dos dedos menores, levando os dedos a se elevarem.

Em muitos casos, pode não haver sintomas. Entretanto, é importante ressaltar que a deformidade, na grande maioria das vezes, é progressiva, com uma tendência a se desenvolver os sintomas no futuro. Este tempo não pode ser determinado, podendo progredir mais rapidamente depois de poucos anos ou até mesmo décadas.

Tratamento para joanete

Os sintomas do paciente com joanete determinam o tratamento a ser realizado.

Para alívio dos sintomas, está indicado o uso de medicações analgésicas, de calçados mais adequados (mais largos e com menos salto), também a realização de alongamentos domiciliares e fisioterápicos, além do uso de órteses noturnas.

Para correção em definitivo das deformidades, da saliência óssea que se desenvolve e para evitar progressão, é necessário o tratamento cirúrgico. 

Existe uma tenência mundial à realização de cirurgias percutâneas, também conhecidas como cirurgias minimamente invasivas, mesmo para correções de deformidades mais acentuadas.

Exemplos de cirurgia minimamente invasiva do pé

As cirurgias percutâneas do pé, com utilização de um material e técnicas próprias, são cirurgias que possuem algumas vantagens sobre as cirurgias por técnica aberta.

Por ser feita com menor lesão de partes moles, como pele, cápsula articular, ligamentos, ela tem uma menor taxa de complicações, menos dor pós-operatória, permitindo que o paciente ande mais cedo e tenha menos cicatrizes de uma maneira geral.

Vale lembrar que existe uma correção óssea importante, e somente a via é menos invasiva. 

Existe dor sim, mas que é controlada e bastante tolerável, e permite que o paciente ande desde o primeiro dia de pós-operatório. 

O inchaço é outro ponto crítico, que existe em maior ou menor grau, mas que também temos medidas de controle com medicações e meias elásticas. Ele dura de seis meses até um ano e é um ponto importante de ser comentado.

Exemplos de cirurgia minimamente invasiva do pé

Diferente do que muitos acreditam, o uso de espaçadores, órteses e fisioterapia não alteram a deformidade do joanete.

Sobre esse tratamento, conforme já foi dito, existem diversas técnicas utilizadas, mas a via de escolha, a minimamente invasiva, é de recuperação rápida, pouco dolorosa, e sem recidivas (sem retorno da deformidade), desde que sejam empregadas indicação e técnica corretas.

Vale procurar um especialista e definir os tratamentos disponíveis.

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