PÉ E TORNOZELO
Navicular
acessório
Navicular acessório
Ao todo, o corpo possui cerca de 206 ossos, contudo, existem pessoas que possuem ‘ossos acessórios’, ou seja, ossos extras, que podem se localizar na região dos pés, como é o caso do acessório, que pode estar presente em até 3-4 % das pessoas.
O osso NAVICULAR está presente no mediopé de todas as pessoas e tem uma grande importância já que é uma conexão entre a parte posterior (retropé) e anterior dos pés. Ele faz sua principal articulação com o tálus, osso do retropé, e recebe inserção muscular através do tendão tibial posterior. Por isso a sua função está intimamente ligada a uma boa formação do arco plantar, o que quer dizer que seu mau posicionamento tem bastante relação com o pé plano, conhecido popularmente como pé chato.
Normalmente, o navicular “natural” é somente uma porção de cartilagem ao nascimento, mas com cerca de 4 anos de idade, ele começa a se ossificar. Em pessoas com predisposição genética ao desenvolvimento do navicular acessório, há um segundo centro de ossificação medialmente (lado interno dos pés), que irá se ossificar totalmente até cerca de 13 anos.
Existem 3 tipos possíveis de navicular acessório.
No tipo 1, ele é apenas um osso pequeno, geralmente dentro do tendão tibial posterior e totalmente separado do navicular normal. No entanto, quando há uma união cartilaginosa entre os dois “naviculares”, ele se caracteriza como tipo 2. Já no tipo 3, estes ossos são totalmente fundidos, e a aparência é somente de um osso mais alongado para o lado interno do pé.
volume medial dos pés e dor local.
A grande maioria dos pacientes é assintomática, mas entre os sintomáticos, a maior parte apresenta um navicular acessório tipo 2, sobretudo na pré-adolescência, mas pode ocorrer em idades mais avançadas, como em adultos e até idosos.
Nestes casos, acredita-se que devido à inserção do tendão tibial posterior sobre estes ossos há mobilidade na cartilagem que os une, levando a um quadro de inflamação e dor.
Também por haver essa mobilidade, os ligamentos e tendões presentes nesta região podem ter sua função reduzida e apresentam uma queda do arco medial do pé por insuficiência.
Nesses casos o paciente pode desenvolver o pé plano (chato), aumento do volume medial dos pés e dor local.
O diagnóstico é feito com o auxílio de exames de imagem, como o raio-x, que já consegue diferenciar de uma fratura, por exemplo.
Vale lembrar que a ossificação só ocorre aos 6 anos aproximadamente (um pouco antes nas meninas e um pouco depois nos meninos). Em alguns casos, exames adicionais para avaliar se há sinais de sobrecarga, disfunção ou inflamação no local, podem ser necessários, como ultrassonografia ou ressonância magnética. Além disso, o exame clínico é essencial, e deve avaliar se o paciente apresenta alterações compatíveis com o problema.
O tratamento, quando necessário, se inicia normalmente com medidas conservadoras como imobilizações, uso de palmilhas e realização de fisioterapia para controle da dor e melhora da função do pé.
Eventualmente, quando não há melhora com esse tratamento, o tratamento cirúrgico pode ser realizado, que geralmente consiste na ressecção (retirada) e do navicular acessório e reinserção de uma porção do tendão tibial posterior no osso, que pode ser acompanhada da correção de deformidade do pé, se houver.
O que esperar?
O prognóstico costuma ser muito bom com tratamento conservador e o paciente em geral tem melhora total ou subtotal. Quando necessário o tratamento cirúrgico ele também costuma ter bons resultados e o paciente pode voltar às atividades físicas em 4 meses aproximadamente.